Tuesday, February 06, 2007

Ode a Quixote

Mesmo o Quixote de Cervantes, ídolo dos loucos e românticos, teve seus momentos de lucidez antes de se entregar totalmente à arte da cavalaria e aventuras.

Alguém dirá que todo tolo é romântico, apesar que o mais comum é se afirmar o oposto. Outros dirão que se trata de imaginação, mera ficção, ainda que a literatura seja famosa por ser arte das mais puras e sãs.

Mas foi justamente a literatura, este antro de sanidade e pureza, que o salvou da lucidez e permitiu
que finalmente se entregasse à loucura, assim se tornando realmente grandioso.

Ave Quixote! Que moinhos o deterão?

1 comment:

  1. Não creio que "o mundo", como maioria, profanasse românticos como tolos em seu senso comum. Creio que apenas os racionalistas, ou ainda, os letrados no bom sucesso que "não ocorre por acaso", assim os pensem, os românticos. Mas o maior cuidado se deve a estigma que Quixotes carregam no lombo de sua mula: a beleza distante, mítica, novelesca, beleza exemplo, beleza das que não se deve imitar, pois seria isto burrice.
    Ser grandioso pode ser vício, ou não, de tal estigma. Tudo pra dizer que quixotes são, como imagino os românticos, simplesmente completos. Lembreme-nos, nem todos grandes ou vistosos, alguns poucos até somente pais iletrados. E aí sim compartilho de tua pergunta:
    que moinhos detém Quixote de tão pouca invergadura e tamanha completude?

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