Thursday, March 19, 2009

Equilibrismos do Artista


"Todo homem mata o amor[..]
o covarde mata dando um beijo,
o bravo mata com um punhal".

Covardia e Coragem são duas palavras que tenho ouvido e pronunciado muito nos últimos tempos. Tenho pensado que as vezes a coragem é algo como o impensado, é algo como ser grosseiro, descontrolado, impulsivo, não refinado. A Coragem não tem nada a ver com a Arte.

Por outro lado, o artista de verdade, aquele que coloca uma arte relevante, algo que está a frente do que se vive, mas não à frente demais que não toque o coração dos viventes, este artista é aquele que ousa. Este é avant-guarde., ele está no batalhão de frente, tomando tiros e mostrando o caminho para as tropas. A covardia não combina com a Arte.

Então afinal de contas em qual corda bamba se equilibra o artista, entre a covardia e a coragem, entre ser relevante e não ser desproposistado, entre ser desmedido e ser refinado? Stanislavski disse que "não se deve pensar 'de alguma forma' ou 'de forma geral' ou 'aproximadamente', pois todos estes termos não pertencem à Arte".

O Artista é um equilibrista entre a coragem e a covardia, se arriscando e fazendo loucuras friamente calculadas para tentar salvar o pouco amor que ainda insiste em sobreviver entre os humanos.

Manuscritos




Pode ser saudosismo antecipado, mas só hoje me dei conta que daqui a alguns anos não existirão mais manuscritos. Adoro manuscritos. Esse aí é da Clarice Lispector.

Thursday, March 12, 2009

Coisas que eu não entendo

"Uma coisa que eu não entendo é por quê a salada vem antes da comida"
de um porteiro para o outro do Colégio Arqui. 

É meio difícil de entender mesmo.

Monday, March 09, 2009

o filme mais esperado do ano (até agora)

Este foi o comentário que ouvi de um comentarista no rádio sobre "Watchmen". Bom, o fato de estarmos na primeira semana de março já o torna sensacionalista, mas enfim, comentaristas charlatões sempre há de se ter por aí.

Watchmen é uma adaptação para as telas da graphic novel de Allan Moore, um dos maiores escritores do gênero que produziu verdadeiras obras primas consistentemente maltratadas por hollywood. Basta ver filmes fracos como "A Liga estraordinária", "From Hell" ou "Constantine" e também as exceções (e aí é opinião de quem não é lá grande seguidor das HQs) do Batman - O  Cavaleiro das Trevas (em muito baseada nA Piada Mortal de Allan Moore) e de V de Vingança.

Ainda assim, o diretor de "300" sentiu que ou ele o faria, ou alguém o faria pior. E assim foi.

O filme foi classificado por um amigo extremamente cinéfilo e fã das graphic novels como "...PERFEITO". O imdb (www.imdb.com) dá 8,5 estrelinhas para o filme, colunistas da folha se dividem, a marina person gostou (não precisa ver a opinião dela, ela gosta de tudo).

Mas toda esta polêmica e discussão não adiantou em nada para empolgar a Cibele, atendente do caixa das Lojasmel-Tem de Tudo, que comentou hoje com sua colega, enquanto eu estava na fila comprando um porta-escova-de-dentes:

-Que vc fez ontem?
-Ai a gente foi ver um filme. Mas era tão chato...
-Sério?
-Sério, era tão chato, não acabava nunca... a gente não aguentou e saiu no meio...
-...
-Um negócio lá de watchmen, uma droga, não assiste! nem passa perto dele porque é uma droga.

Uns vão argumentar que a verdadeira obra de arte causa fortes emoções, não importa quais sejam. Mas eu desconfio que os produtores de hollywood provavelmente prefeririam que a Cibele tivesse gostado. 

Enfim, é a eterna contradição humana.

Quem? Eu? Não, ainda não vi. Aceito convites.