Monday, May 28, 2007

O Fingidor

Haverá algo pior que ser fingidor sem ser poeta?
Tomo caminhos mais longos antes de voltar à minha sozinhêz.
Pelas ruas noturnas desta metrópole, procuro, sem muita lucidez
uma resposta, em algum canto escuro uma porta aberta.

Um bar barato, aleatório, sem charme algum, esperança vã
Se arriscar e encontrar alguém sozinha alguém perdida
Que esteja ali, neste improvável bar, com um xale de lã
fora da moda a esperar um café, um oi, uma despedida

Em casa, poemas lidos e relidos, cigarros caros e inofensivos.
Textos simples demenos, rápidos demais para um sentir que é lento.
É fruto de uma vida enclausurada nesta camisa-de-força de vento,
deste lamentar do passado, e não-quereres de futuros noscivos.

Queria eu ser poeta, jogar-me aos dados,
sem sonhar, sem pensar, quaisquer que sejam os fados.

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