Thursday, March 19, 2009

Equilibrismos do Artista


"Todo homem mata o amor[..]
o covarde mata dando um beijo,
o bravo mata com um punhal".

Covardia e Coragem são duas palavras que tenho ouvido e pronunciado muito nos últimos tempos. Tenho pensado que as vezes a coragem é algo como o impensado, é algo como ser grosseiro, descontrolado, impulsivo, não refinado. A Coragem não tem nada a ver com a Arte.

Por outro lado, o artista de verdade, aquele que coloca uma arte relevante, algo que está a frente do que se vive, mas não à frente demais que não toque o coração dos viventes, este artista é aquele que ousa. Este é avant-guarde., ele está no batalhão de frente, tomando tiros e mostrando o caminho para as tropas. A covardia não combina com a Arte.

Então afinal de contas em qual corda bamba se equilibra o artista, entre a covardia e a coragem, entre ser relevante e não ser desproposistado, entre ser desmedido e ser refinado? Stanislavski disse que "não se deve pensar 'de alguma forma' ou 'de forma geral' ou 'aproximadamente', pois todos estes termos não pertencem à Arte".

O Artista é um equilibrista entre a coragem e a covardia, se arriscando e fazendo loucuras friamente calculadas para tentar salvar o pouco amor que ainda insiste em sobreviver entre os humanos.

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